quinta-feira, 30 de junho de 2011

Assobiadelas 2 (XLIII)

 
Nunca reparam nas noticias que comemos sobre a EUSR? É só tralha sobre as comissões, parlamento europeu, tribunal de Haia e conselhos de ministros. É como se não houvesse mais nada, só nos mostram carros, conferências, mesas ovais e ministros a sentarem-se. Um jornalista que não sabe mais do que nós porque as portas estiveram fechadas durante as negociações, trata de explicar como os iluminados tentam consertar a merda que os políticos fazem cá dentro. Claro está que isto não passa de diarreia para o gado comer. Revertam o panorama, se cá dentro a corrupção é o que faz o país mexer-se imagine-se na EUSR onde se joga a super politica.

As noticias europeias são controladas ao máximo para termos uma visão não corrupta sobre o sistema montado, ao contrário daquilo que nos mostram sobre os politicos portugueses, as instituições europeias parecem-nos livres de qualquer corrupção.

Não existem muitos a dar com a boca no trombone, pois ficam com as carreiras arruinadas. Um dos primeiros casos foi este senhor, Paul Van Buitenen, o homem que fez cair a comissão europeia liderada por Jaques Santer  em 1999 após se ter descoberto a imensidão do buraco negro que por lá andava.

Como era auditor assistente das finanças na comissão europeia, chegou à conclusão que os dinheiros públicos tinham sido deliberadamente escondidos, que tinha havido bloqueios a investigações financeiras, existia mesmo uma falta de controlo na aplicação de fundos e foram acusados inclusive de nepotismo. Resultado? Depois da bomba, 20 membros resignaram aos cargos incluindo um senhor chamado de João De Deus Pinheiro, lembram-se dele? Parece que nessa altura arranjava tachos para os amigos. É claro que bem ao estilo soviet ninguém foi culpado de coisa nenhuma.

Depois deste escândalo foi criado a OLAF, uma espécie de policia anti-fraude para controlar os comissários da Nova Moscovo, acontece que esta organização opera no mesmo edifício que a comissão europeia. Isto é como ter um cartel de droga no 2º andar de um prédio e no 1º estão os calabouços da judiciária. A OLAF é claramente controlada e nada independente face à comissão ou ao tribunal de contas europeu.

De 1994 até 2008 o orçamento da comissão foi sempre chumbado pelos auditores do tribunal de contas europeu, e quem se recusava a assinar o orçamento era despedido ou posto de lado. Um dos principais problemas com o orçamento é na parte dos pagamentos porque os auditores nunca conseguem descobrir o destino das transacções e quem se atreve a expor o caso é abafado.

Até aqui, pode parecer que se trata apenas de ganância pelo dinheiro, mas isso é apenas uma ferramenta, o propósito desta escória leva-nos à questão central da imensa podridão que é a EUSR. A provar isso encontrei uma carta escrita por Robert Dougal Watt, outro senhor que era auditor no tribunal de contas europeu e que começou a notar que existia algo mais do que roubar dinheiros públicos e arranjar tachos aos amigos.

A carta foi escrita a 3 de Setembro de 2002 e publicada por este site. Nesta confissão Watt começa por dizer no inicio...

"On 22 April 2002, I “blew the whistle” on systematic corruption and abuse in the European Court of Auditors, in a letter addressed to the European Ombudsman, MEPs, and the staff of the Court."

A carta foi escrita a estas instituições porque os auditores não se podem dirigir ao parlamento europeu para dizer de sua justiça, o que demonstra uma grande abertura democrática sem dúvida. Neste caso seria a corrupção ao mais alto nível.

"The veracity of my allegations of corruption and abuse, and my call for the current fifteen Members to resign since all have benefitted from corruption and abuse, were formally endorsed and supported by 205 of my colleagues – 40% of the institution’s staff – in a secret ballot organised by the Court".

Esta era uma noticia que no mínimo deveria de ter sido amplamente difundida pelos media ou não? Então o tribunal de Contas europeu manda os seus funcionários votarem para saber se os colegas estão contra ou a favor das acusações proferidas por Robert Watt contra o próprio tribunal?

Continua....

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